Nesta sexta-feira (23), a reportagem do portal (Estradas.com.br), recebeu áudios com relatos de caminhoneiros indignados e revoltosos, além de fotos que mostram a situação real na frente da Heringer, em Manhuaçu, no interior de Minas Gerais.
Três caminhoneiros – que preferiram não se identificar por receio de represálias – conversaram com a reportagem do Estradas e descreveram os ‘perrengues’ a que são submetidos no local.
Entre as principais queixas deles, estão a falta de comunicação da Heringer com os caminhoneiros, local para estacionar as carretas e falta de estrutura para higiene e alimentação.
Segundo um deles, a indiferença da empresa é total. “A gente chega na portaria e não consegue entrar para aguardar a descarga dentro do estacionamento, porque não há espaço suficiente para todos. Eu cheguei na quarta [dia 21] e estou até agora sem saber quando vou descarregar. Já cheguei a ficar seis dias esperando para descarregar. O pessoal da portaria não define data nem horário pra gente descarregar. Está difícil”, desabafou.
Segundo outro profissional – que também está desde o início desta semana do lado de fora aguardando a vez para descarregar -, a maioria das carretas está carregada com cloreto. “Quem chega com outro tipo de produto, logo consegue vaga para descarregar“, explicou.
Na opinião de outro caminhoneiro, morador no Espírito Santo, as condições são bastante ruins para a maioria. “Eu até tenho meu próprio sanitário, mas o banheiro não é lá muito bom. São dois chuveiros e dois sanitários, próximo ao refeitório. A alimentação só está disponível a cerca de 800 metros a 1 km. Se o caminhoneiro não tiver caixa de cozinha, tem que andar esse trecho para comer“, disse.
Esse mesmo caminhoneiro disse que outro problema é o local onde ficam os caminhões, do lado de fora da empresa. “Quem chega mais cedo, consegue estacionar num local onde a Polícia Rodoviária Federal não multa. Eu mesmo já cheguei e coloquei meu caminhão além do acostamento, mas fui alertado para sair porque a PRF iria multar. Eles nem descem da viatura, multa e vão embora“, frisou.
Um terceiro profissional disse que os caminhões ficam do lado de fora da empresa, na beira da pista. “Essa situação é recorrente. Não é a primeira vez que a Heringer faz isso. Teve um colega nosso que ficou uma semana para descarregar. Tá desse jeito; a situação tá feia por aqui, em Manhuaçu. Eles compram a mercadoria e não têm onde colocar, e ficam fazendo a gente de depósito”, disse.
O caminhoneiro relata ainda que a Heringer não oferece uma alimentação pra gente. “Tem 60 caminhões e eles botam 10 pães e uma garrafa de café com leite em pó, ralo pra caramba. É o que eles dão, pra dizer que dão”, disse.
Falta de estrutura adequada
Segundo esses mesmos caminhoneiros, o local da empresa possui apenas um banheiro com dois chuveiros e dois sanitários. “A gente fica à mercê deles. “A gente tem que comer na mãos deles“.
Sem previsão de descarga
Segundo os caminhoneiros, a Heringer não dá previsão de quando eles irão descarregar. “Infelizmente, uma boa parte dos colegas não quer denunciar porque tem medo de perder o emprego“, disse o caminhoneiro.
PÁTIO LOTADO: O lado de fora da empresa Heringer fica lotado de caminhões e carretas à espera da descarga. Empresa agenda a entrega de carga acima da capacidade do pátio. Sem espaço, dezenas de carretas se amontoam do lado de fora, sujeitas às multas e riscos de acidentes. Foto: Arquivo Pessoal
Perigo na beira da BR-262
A falta de um local adequado para os caminhoneiros aguardarem a vez para a descarga é outro grande problema relatado pelos profissionais que têm que descarregar na Heringer de Manhuaçu (MG).
Heringer não responde
O Estradas entrou em contato diversas vezes com a Heringer para obter uma posição sobre o descaso com os caminhoneiros mas, até a publicação desta matéria, não recebeu nenhuma resposta.
Crédito total da reportagem para: Estradas.com.br
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